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  • Foto do escritorMikael Sampaio

Na Alepe: Produtores de Terra Nova reivindicam abastecimento emergencial da Barragem Nilo Coelho


O uso da água da Transposição do Rio São Francisco para agricultura e criação de animais foi discutido em audiência pública da Comissão Especial das Barragens nesta segunda (30). Produtores de Terra Nova, no Sertão Central, e de Cabrobó, no Sertão do São Francisco, reivindicam o abastecimento emergencial da Barragem Nilo Coelho, que fica no primeiro município, com água da Barragem Serra do Livramento, localizada no segundo.


A medida evitaria a perda das culturas já plantadas, explicou o secretário de Infraestrutura de Terra Nova, Silvestre Araújo. “O reservatório Nilo Coelho foi abastecido uma vez, quando o Ministério autorizou, mas agora está parado. Estamos buscando a possibilidade de abastecer por um período de três dias e depois fechar, porque é época de produção de cebola. Tem uma barragem vizinha cheia e a gente está sem água”, afirmou.


A liberação do reservatório Serra do Livramento depende da autorização do Ministério do Desenvolvimento Regional. Integrante do Eixo Norte da Transposição, a barragem chegou a abastecer a Nilo Coelho em caráter experimental, e muitos agricultores se animaram com a possibilidade de ter água o ano inteiro. A secretária de Infraestrutura de Pernambuco, Fernandha Batista, garantiu que toda a documentação solicitada pelo órgão federal foi enviada. Ela se comprometeu a reforçar o pedido pessoalmente, em Brasília, ainda nesta semana.


Outra reivindicação apresentada pelos produtores foi a  perenização do reservatório Nilo Coelho, assim como do Riacho Grande, que fica entre Salgueiro e Cabrobó. “Estudos mais aprofundados sobre esse tema precisam ser feitos, já que a água da Transposição é muito cara: custa 78 centavos por metro cúbico”, informou Fernandha Batista.


A secretária-executiva de Infraestrutura do Estado, Simone Rosa, pontuou a necessidade de melhorar a eficiência dos projetos de irrigação para evitar os desperdícios. Apenas no Projeto Nilo Coelho, a Agência Nacional de Águas (ANA) estima a perda em 39 litros por segundo. A gestão de recursos hídricos no Nordeste foi criticada pelo pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco João Suassuna. “Primeiro precisamos investigar o volume de regularização da Nilo Coelho para evitar problemas por excesso de uso”, opinou.


Embora o consumo humano seja prioridade da Transposição, o deputado Lucas Ramos (PSB), autor do requerimento para realizar a audiência, defendeu a importância da água do São Francisco para a economia das cidades sertanejas. “Cabrobó espera a abertura das comportas e a perenização do Riacho Grande para proporcionar a oportunidade na vida de dois mil trabalhadores da agricultura familiar, e, em Terra Nova, a irrigação de 1,8 mil hectares. Isso quer dizer mais emprego, mais renda, mais desenvolvimento”, assinalou.


A partir de janeiro, o Governo Federal deve passar a operação da Transposição para os Estados beneficiários. Fernandha Batista disse que Pernambuco está se estruturando para assumir a tarefa e já repassou à ANA a demanda para consumo humano. “Escritórios itinerantes serão montados fazer o levantamento da demanda para a agropecuária nas regiões em que houver excedente, como é o caso do Eixo Norte”, acrescentou a secretária de Infraestrutura.


O deputado Antônio Moraes (PP), que preside o colegiado, acredita que a Comissão Especial vai conseguir mediar discussões para chegar a um bom termo sobre o valor da água. “Temos uma transposição sem manutenção, sem controle e com alto consumo de energia”, observou. A reunião desta segunda foi coordenada pelo vice-presidente do grupo, deputado Tony Gel (MDB), e contou, ainda, com a participação de Diogo Moraes (PSB) e William Brigido (REP).

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