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  • Foto do escritorMikael Sampaio

Em intervalo de uma hora, irmãs morrem vítimas da Covid-19 em Petrolina, PE


As irmãs Sizenice e Rita Gonçalves de Amorim morreram vítimas da Covid-19 — Foto: Arquivo da família

As irmãs Sizenice e Rita Gonçalves de Amorim, de 77 e 75 anos, sempre viveram juntas em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Alegres e amantes da cultura, uma foi a companheira da outra. A mais velha era pintora e restauradora de obras, além de ter sido diretora de um colégio. A mais nova trabalhou por muito tempo na prefeitura, chegando a exercer o cargo de secretária de cultura. Na terça-feira (23), as irmãs morreram vítima da Covid-19. Rita partiu primeiro, às 16h30. Sizenice, logo depois, às 17h45.


“As duas não casaram e tinham uma relação muito próxima, o tempo inteiro”, lembra a sobrinha das idosas, a jornalista Maria Alice Amorim.


A primeira a contrair a Covid-19 foi Sizenice. A família acredita que ela pegou o vírus após ficar internada por causa do mal de Parkinson. “Ela estava fragilizada por causa do problema de saúde. Aí, quando ela voltou para casa, ficou doente. A gente supõe que ela deve ter contraído no hospital”, diz a sobrinha.


Assim como a irmã mais velha, Rita também tinha histórico de comorbidade, sofria de diabetes e hipertensão. As duas passaram cerca de 15 dias internadas em um hospital particular da cidade. A sobrinha conta que, até durante a luta contra a Covid-19, as tias ficaram juntas.

“Elas ficaram o tempo todo juntas, camas vizinhas. É como se tivesse uma harmonia entre as duas, tanto que uma morreu e uma hora e quinze depois a outra morreu”.

Dor coletiva

Maria Alice conta que a morte das tias une a família a dor das outras milhares de famílias no Brasil que perderam alguém para a Covid-19. “É muito forte essa dor. É uma dor mais do que dupla, porque a gente já está nesse momento tão difícil, vendo tantas pessoas perdendo seus entes queridos”.

“É uma dor da família, mas, ao mesmo tempo, é uma dor coletiva por conta dessa situação tão grave no mundo inteiro e, sobretudo, no Brasil”.

Sizenice e Rita foram sepultadas na manhã desta quarta-feira (24), no Cemitério Campo das Flores, em Petrolina. A sobrinha lamenta outro fato triste da pandemia: não poder se despedir do familiar. “É um momento muito doloroso a gente não poder se despedir”


Quase 300 mil pessoas morreram vítimas da Covid-19 no Brasil. Em Petrolina, são 247 óbitos até agora. Com o vírus avançado cada vez mais, Maria Alice lamenta que ainda exista por parte de algumas pessoas uma descrença em relação à doença.


“Existe muita ignorância em termos de considerar os fatos, considerar a ciência. Além disso, e pior do que isso, a condução do governo não está compatível com a gravidade da situação. Se existe um conjunto de pessoas mergulhada na ignorância, esse conjunto de pessoas necessitava ser esclarecida por medidas do governo. É uma situação que a gente pode dizer que é revoltante. É uma vergonha para o mundo”. (Fonte: G1)

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